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Pedra Bruta

Sílvio Cesar Sílvio Cesar julho 14, 2011

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Pedra bruta,

dura,

seca.

Pedaço morto,

oco,

tosco.

Órgão inerte,

peste,

cerne.

Mal dado,

frio,

sepultado.

Não amarás,

arderás,

viverás.

Sílvio

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Erro

Diante do erro nefasto, Ainda que exista o perdão, Haverá nódoas no coração. Mesmo que as mãos se juntem Os joelhos se dobrem E as juras sobrem, O olhar inquisidor Verterá lágrimas de dor. Dias de agouros virão Ante a primeira condenação. E, nada mais será Que o vilão dum coração. Eis que o erro mácula o papel Donde escreveram Amor. Os anéis dourados Que antes ornavam mãos Agora voam por cima do muro O tapa desferido Não fere a face Fere a alma Que se julga inocente. Talvez seja Talvez não Depende do fito, Do princípio relativista. E seguem seus caminhos Um com ódio Outro com dor Fruto duma tola confusão.

Senhora

Senhora, não gosto da turbulência amorosa que desgasta relações; gosto da calmaria cúmplice e picante dos enamorados. Senhora, não canse nossos dias com dissabores de discussões; encha nossa vida com o calor e entendimento do primeiro olhar. Senhora, não acorde e irrompa uma conversa com os malgrados insolúveis; almeje ao futuro destinos diferentes daqueles previstos. Senhora. não vá para seu leito de descanso ressentida por ouvir tão poucas palavras; perceba que no silêncio há tanta poesia quanto num falar impensado. Senhora, não espere o Amor, simplesmente ame. O Amor vem, aliás, Ele sempre esteve ali .

Minha Metade

Ao seu lado só preciso de um segundo depois mais um e outro, até que sejam um minuto, que os minutos se somem e tornem-se horas as horas dias e esses semanas que semanas virem meses e eles se transformem em anos os anos em décadas. Então, terei certeza que meu dias foram completos.

Primavera

Eis a primavera. Anunciada na melodia do sabiá. Afinado em seu canto Almejando a pretensa enamorada. Não logro-te mal avoante animal Mas em vão entoa esse som. Foi também às margens de uma primavera Que prostrei-me sob uma janela A cantar as canções mais belas. Dali nem um sorriso eu vi E vivi dias de solidão Com o reprimido coração. Como ti Em vão declamei minha paixão. Hoje não mais carrego o violão Tampouco entoo novas canções. Quanto ao coração Voltou a terra sertão.

Um Presente

Pequeno frasco de perfume francês Com notas aromáticas de sabedoria Nuances de carinho e humildade Fragrância nobre de compaixão. És essência pura de luz divina Sem seu esborrifar Não ambiente em paz Tampouco sorrisos abertos. Horas tenras a degustar teu odor Ainda que pequeno É possível que inunde o mundo com teu bálsamo. Busco servir-me de ti Para que haja paz em meus dias Luz em minha vida E calma no meu pensar.

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